Seguidores

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

CERCADO uma das construções da CFIB em Belterra (oficinas de marcenaria, carpintaria, funilaria, garagem e mecânica, posto de alistamento, comissária, gerador de energia ,fabrica de gelo ) e ao lado a UBL






 

Cercado

Com o fim da primeira guerra mundial em 1918 a economia europeia se desestruturou  os estoque de borracha acumulados fizeram  cair o preço do látex, diante disso  no ano de 1923 a Inglaterra impôs o plano Stevenson limitando a cota de produção forçando o aumento do preço da borracha para os consumidores no mercado internacional. Em 1929 os EUA consumia 475 mil toneladas de látex, que estavam no controle da Inglaterra e Holanda. Para fugir do monopólio inglês o empresário norte Americano Henry Ford idealizou o projeto para instalar a Companhia Ford na Amazônia e produzir borracha para utilizar na fabrica de automóveis, levando em consideração alguns fatores favoraveis como por exemplo: solo fértil, mão de obra Barata, e também sabia que as sementes que deram origem aos seringais Asiáticos foram contrabandeadas da Amazônia.

O projeto foi iniciado na Fordlândia, portanto entrou em decadência, sendo continuado Belterra.

Belterra foi fundada em 04 de maio de 1934, a CFIB implantou em Belterra, um sistema de produção baseado nos moldes assalariados tendo como referencia o sistema Fordista de produção. Belterra foi construída no modelo de uma pequena cidade do EUA.


Construções
:

Em Belterra foram instaladas duas caixas d´agua, 10 hidrantes, mais de 300 casas foram construídas com serviço de água e energia elétrica, três escolas, creches, hospital, clube,cinema,hotel,restaurante,estabelecimentos comerciais, uma casa de farinha ,um açougue, vila americana, vila mensalista, vila operaria vila timbó, vila viveiro I,viveiroII  viveiro  III e um cercado com (oficinas de marcenaria, carpintaria, funilaria, garagem e mecânica, posto de alistamento, comissária, gerador de energia ,fabrica de gelo e ao lado a UBL.

Os mecânicos, eletricistas, torneiros e marceneiros, que trabalhavam no cercado, iniciavam seu trabalho às 7 horas e tinham uma hora para almoçar e retornar ao trabalho, O segundo período se estendia ate 16 horas.Os trabalhadores da operação e manutenção dos variados equipamento eram todos treinados pela CFIB. Todo aperfeiçoamento do treinamento e promoções eram realizadas pelo destaque do trabalhador. Eles tinham funcionários que poderiam a ser qualificados como trabalhadores de gabinete em quaisquer lojas nos Estados unidos por serem tão eficientes.

Marcenaria: No local trabalhavam com a madeira em tábuas, chapas, painéis e seus acabamentos, seja com verniz, seja com revestimentos sintéticos e sua variedade de possibilidades.

Carpintaria: No local o carpinteiro trabalhava com madeiras naturais em peças instalavam e ajustavam esquadrias de madeira e outras peças tais como: janelas, portas, escadas, rodapés, divisórias, forros Reparavam elementos de madeira, substituir total ou parcialmente, peças desajustadas ou deterioradas ou fixando partes soltas.

Mecânica: Local onde funcionava a oficina mecânica geral serviços de manutenção e reparo, incluindo troca de óleo, balanceamento de rodas, troca de pneus, diagnóstico de problemas elétricos e mecânicos, além de reparos em suspensão, freios e direção.

 Funilaria: local onde consertavam as carrocerias para-brisa, janelas, teto, portas, para-choques, capô, porta-malas, etc. Em outras palavras, todos os cuidados com a lataria do carro são tratados pela equipe de lanternagem especializada.

 Posto de alistamento: local onde era feito o alistamento dos trabalhadores.

 Comissária: Era um Comercio que vendia alimentos mercadorias vindas de são Paulo e Rio de janeiro a preço baixo aos trabalhadores.

No período pós Companhia Ford no mesmo local funcionou a COMPANHIA BRASILEIRA DE ALIMENTOS- COBAL-Criada pelo governo federal a COBAL chegava a BELTERRA para substituir a velha comissária, trazendo bons momentos no inicio dos anos 70.Quase todos os gêneros alimentícios consumidos em Belterra eram vendidos pelo posto da Companhia Brasileira de Alimentos COBAL o qual entregava para qualquer seringueiro o produto que ele quisesse, com o pagamento efetuado no fim do mês descontado na folha de pagamento.

Casa de força e luz e fabrica de gelo

Belterra possuía uma Casa de Força localizada dentro do cercado na Estrada um em frente à Praça Brasil.

Na época da Companhia Ford, o maquinário de energia era equipado com dois geradores de três fases: 90 km - 2.400 volts - 60 rotações - e cada um era dirigido por um motor 140 HP Diesel. Suas voltagens eram transformadas em 440 volts para atender toda iluminação e consumo da Vila. Na casa de força também existia uma fabrica de gelo.

Fábrica de gelo com capacidade de uma tonelada por dia, o gelo era fornecido aos empregados pela metade do preço.

Praça Brasil: Na Praça Brasil existia um campo de golfe onde os Americanos jogavam golfe; no domingo os norte americanos chegavam em seus carros trajando roupa branca e chapéu e jogavam golfe até a tarde. Essas atividades eram somente para os norte americanos, pois fazia parte do habito cultural deles, o trabalhadores da companhia somente assistiam de longe.

UBL (USINA DE BENEFICIAMENTO DE LÁTEX). Funcionou no local onde funciona o CRAS atualmente.Nesse local era feito o beneficiamento da borracha.O látex natural era extraído da seringueira e depois de 3 a 4 horas de sangria era feita a sua coleta: o látex era retirado das canecas e colocado em um recipiente, no momento da coleta era adicionado o anticoagulante (Amônia ou santo bryt) para que o látex permanecesse em estado líquido.Após o procedimento o látex era levado para a UBL, ao chegar possuía uma concentração aproximada de 30% a 35% de borracha, onde após seu beneficiamento em centrífugas passava a ter uma concentração de 60% de borracha, 38% de água é 2% de outros.O látex centrifugado precisava ter 60% de concentração de borracha, assim tornava-se um material com excelente propriedade vulcanizante, alta resistência e alta elasticidade.Em uma conversa com CHARDIVAL MOURA PANTOJA. (Nascido e criado em Belterra, foi funcionário do Ministério da Agricultura e atuou na Usina de beneficiamento de látex).Chardival contou: “Trabalhei na UBL (Usina de Beneficiamento de Látex) no período em que Belterra foi administrada pelo ministério da agricultura, iniciei minhas atividades no ano de 1957 lembro que as máquinas eram pesadas, eram 4 máquinas onde era feito o beneficiamento de látex , o leite de seringa era batido nas máquinas, após esse procedimento era levado para o laboratório para detectar se tinha 60 % de teor de borracha ".Segundo os relatos de Chardival, somente após ser feita a análise do látex e comprovado os 60% de borracha, poderia ser embalado e levado para o mercado externo. Portanto se não fosse comprovado os 60% de borracha o látex não podia ser vendido e voltava novamente para UBL onde era refeito o procedimento.Em 1987 a UBL foi terceirizada, sendo arrendada, à Látex Pastore Júnior Indústria e Comércio Ltda., representada pelo senhor Floriano Pastore Jr.A cessão, que proporcionou a retomada do funcionamento da usina, teve curta duração. Pois, em decorrência da falência (produtiva) do seringal e da ausência de uma efetiva fiscalização à execução do contrato por parte do próprio Ministério da Agricultura e/ou da prefeitura municipal de Santarém, a UBL parou de funcionar.

 

Autora :Historiadora Telminha Lopes(Professora Telma Pereira lopes).

REFERÊNCIAS:

AMORIM, Terezinha dos Santos "A Dominação norte-americana Tapajós", Thiagão .Santarém 1995 .

PANTOJA,Chardival Moura,filho de seringueiro da companhia Ford.Ex-funcionário da UBL no período pós companhia Ford   -entrevista.

Santos Oti Belterra  sua história.

imagens:

Odenildo Brito_Belterra vista de cima 

 Imagens da Internet.

Acervo pessoal da Historiadora Telminha.

 

 

 

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

DIFERENÇAS ENTRE O SISTEMA DE TRABALHO DO SERINGUEIRO FUNCIONÁRIO DA COMPANHIA FORD EM BELTERRA, E DO SERINGUEIRO QUE ATUOU NOS SERINGAIS AMAZÔNICOS NOS TEMPOS AURIOS DA BORRACHA. 








 O SERINGUEIRO NO CONTEXTO HISTÓRICO DA COMPANHIA FORD EM BELTERRA: 


Em Belterra a classe trabalhista dos seringueiros era composta por pessoas oriundas da região Amazônica e também por migrantes nordestinos. Vieram para Belterra caboclos das proximidades do Rio Tapajós ,Arapiuns, Amazonas ,Lago grande,e de lugares mais distantes da Amazônia,Rio guapo,xingu,Madeira,Acre e Solimões.Porem a maioria dos seringueiros eram migrantes nordestinos,vindos do Maranhão,Ceará,Pernambuco,Alagoas e outros estados.Os moradores locais apelidavam os nordestinos de "arigo,"arigó é uma espécie de ave da região nordestina que no tempo da seca se muda para outros lugares em busca de água. Por esse motivo eles comparavam os nordestinos que haviam migrado para Belterra em busca de melhores condições com a mudanca que ave "arigó fazia". A companhia Ford em Belterra era vista como uma oportunidade de trabalho e melhores condições financeiras para muitas pessoas que deixaram seus locais de origem e vieram trabalhar no projeto de Ford.


CONTRATO TRABALHISTA

 DO SERINGUEIRO EM BELTERRA:


O candidato a função de seringueirio precisava fazer uma entrevista,Após a entrevista caso estivesse apto precisava assinar o registro de empregado (tamanho 15x10),em papel timbrado,nele constava todos os dados pessoais do empregado,além de outras perguntas sobre:alfabetização,empregos anteriores,salário inicial, informação sobre as atividades a serem realizadas e uma autorização a companhia a fazer descontos no salário de qualquer importância devida.O seringueiro da companhia Ford recebia uma chapa de alumínio no dia de sua contratação com as siglas da companhia, pelo qual o funcionário pagava a importância de “dez mil réis “ ,que se tornava imediatamente seu número de ordem e identificação em qualquer ocasião.Após o contrato o seringueiro passava a ser identificado pelo número que constava na chapa, devido as condições de um sistema de trabalho completamente diferente dos costumes sociais da região, onde o objetivo da Companhia Ford era ajustar a força de trabalho regional às exigências rígidas da moderna produção industrial capitalista .Era por meio dessa chapa que a companhia controlava as faltas para descontos posteriores,pagamento de férias,licenças, quando faltava algum instrumento de trabalho, o seringueiro tinha o valor do mesmo descontado no seu pagamento de acordo com o preço do objeto, conforme a autorização assinada no momento do contrato,o seringueiro recebia três chapas'sendo uma chapa branca e quatro amarelas,a chapa branca servia para identificar o funcionário, e as amarelas o material que ele precisava utilizar.


MORADIA DO SERINGUEIRO:

 A maioria dos seringueiros também conhecidos como trabalhadores do campo moravam em casas simples, cobertas de palhas e piso de chão batido.


ROTINA DO SERINGUEIRO :


A jornada de trabalho do seringueiro começava cedo quando a potente sirene era acionada,a rotina de trabalho era cansativa, o primeiro apito da sirene da caixa d'água tocava às 5 horas e 30 minutos para que o seringueiro acordasse e se dirigisse ao seringal.

O seringueiro extraia o látex natural da seringueira fazendo corte com uma faca no caule da seringueira e depois de 3 a 4 horas de sangria era feita a sua coleta: o látex era retirado das tigelinhas e colocado em um balde de zinco galvanizado com capacidade de 10 a 20 litros no momento da coleta era adicionado o anticoagulante (Amônia ou santo bryt) para que o látex permanecesse em estado líquido e não apodrecese .Após o procedimento precisava carregar nos ombros diariamente o produto do trabalho para o depósito ,o látex era levado para o posto de coleta UBL(USINA DE beneficiamento de látex. o Seringueiro geralmente cumpria 8 horas de trabalho por dia e no sábado meio expediente a diária do trabalho do seringueiro era 10.000 cruzeiros por dia .Sendo que o pagamento era feito por quinzena.


EQUIPAMENTOS DO SERINGUEIRO 


Equipamentos do seringueiro eram: uma faca (específica para o corte), uma garrafa com amônia (produto químico colocado nas tigelas para evitar a coagulação e o apodrecimento do leite), um lenço de pano para a limpeza das tigelas, dois baldes de zinco galvanizado com capacidade para 10 ou 20 litros e um cambão (pequena peça de madeira de 1,30m com ganchos nas duas pontas para facilitar o transporte dos baldes).

 


DIFERENÇAS ENTRE O SERINGUEIRO FUNCIONÁRIO DA COMPANHIA FORD EM BELTERRA E O SERINGUEIRO QUE ATUOU NOS SERINGAIS AMAZÔNICOS NOS TEMPOS AURIOS DA BORRACHA. 


Os seringueiros que atuaram nos seringais Amazônicos no primeiro ciclo da borracha período considerado como "boom da borracha" no final do século XIX e início do século XX,eram explorados pelo seringalistas, as relações de produção estavam vinculadas o sistema de aviamento que criava obrigações quase servis entre Seringueiros e seringalistas,diferente dos seringueiros que atuaram no projeto de Ford em Belterra,que não eram vinculados ao sistema de aviamento, possuiam contrato trabalhista e eram assalariados,a companhia implantou em Belterra um sistema de produção baseado na força de trabalho assalariado, tendo como referência o sistema fordista de produção. 

Autora :Historiadora Telminha Lopes(Professora Telma Pereira lopes).


REFERÊNCIAS:

AMORIM, Terezinha dos Santos" A Dominação norte-americana Tapajós", Thiagão .Santarém 1995 .

PANTOJA,Chardival Moura,filho de seringueiro da companhia Ford.Ex-funcionário da UBL no período pós companhia-entrevista realizada no ano de 2019.



quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Hino de Belterra

O Hino  Municipal de Belterra é da autoria de Chardival Moura Pantoja e a música foi feita por Maestro Wilson Fonseca.A letra do Hino é um poema de exaltação à história de Belterra narrando a  origem de Belterra  e cultura de sua gente,destacando os aspectos  históricos e geográficos do municipio.O senhor Chardival fez parte do comitê de emancipação de Belterra, é Filho de seringueiro,funcionário aposentado do Ministério da agricultura em Belterra,poeta   e grande conhecedor da história  de Beltera.A letra do Hino de Belterra foi encomendada pelos colegas de Chardival que faziam parte do comitê de emancipação de Belterra.Os mesmos solicitaram a  a composição,e em três dias ele escreveu a letra do Hino de Belterra.



I

Bela terra tão cheia de glória

Namorada por outra nação

Foi assim que surgiste pra história

De conquistas, de luta e ambição

Em que o homem até hoje se aferra

Nesta luz de esplendor tão fugaz.

És Belterra, bendita Belterra!

Inspirada na crença da paz.


Refrão


Tua planície e o infinito confrontam

E eu contemplo a dizer aos olhos meus:

Céu e terra aqui mesmo se encontram

Num abraço do homem com Deus!


II


Natureza bem pródiga e bela

Solo fértil e homem viril

Bem fadada na tua aquarela

Colorindo a Amazônia, o Brasil

O ar puro que sopra na serra

E que dá ao teu filho o vigor

Deu-me o som deste canto, Belterra,

Inspirada na crença do amor.


III


Salutar é tua gente que ama

E que quer ver amado o país

É a força em verdade que emana

Construindo uma raça feliz.

Cada ação é a razão que encerra

Toda força de um povo que quer

Tua glória e grandeza, Belterra

Inspirada na crença e na fé!

***@Historiadora Telminha Lopes ***Professora Telma Lopes


Fontes Bibliograficas:

PANTOJA  Chardial Moura entrevista. Belterra 2019.

SANTOS  Oti Santos _Belterra  a sua História .


sexta-feira, 8 de setembro de 2023

EMANCIPAÇÃO DE BELTERRA





Você conhece a História da emancipação de Belterra?


No dia 28 de dezembro de 1995 Belterra foi emancipada

Em 1980, no século que passou, Belterra era ainda um órgão vinculado à Delegacia Estadual do Ministério da Agricultura – SEMA-Pará, administração direta do Governo Federal. A delegacia com sede em Belém, tinha seu diretor nomeado através de Ato da Presidência da República.

Naquela época, o governo militar nomeou para delegado o engenheiro Agrônomo, Walmir Hugo dos Santos, um dos mais sensatos administradores que Belterra conheceu, e quem muito trabalhou para resgatar o patrimônio histórico deixado pela Companhia Ford Industrial do Brasil, um projeto gigante para produzir borracha e que se encontrava em decadência.

Dr. Walmir, apoiado pelo Coronel J. Passarinho, trouxe para Belterra a energia da Hidrelétrica de Curuá-Una, resgatou logradouros, escreveu livro sobre nossa história e foi ele que em seus relatórios encaminhados ao Ministério da Agricultura, sugeria a emancipação como melhor destino para Belterra e Fordlândia. Na teoria, portanto, credita-se, a bem da verdade, ao Dr. Walmir a ideia primeira da nossa emancipação.

O lado prático da questão em lutarmos para tomar Belterra em município surgiu em um encontro casual entre o Sr. Virgílio Viana, engenheiro Florestal que pertenceu ao quadro da EMBRAPA, sua esposa Lilian e ao ex-administrador de Belterra, na década de 70, funcionário público Chardival Pantoja, que em 1985 retornava de Rondônia para exercer novamente em Belterra suas atividades funcionais.

Nesse encontro, Dr. Virgílio expos a ideia de juntarmos as pessoas que exerciam lideranças ou tivessem posições de destaque na sociedade, para reunirmos, discutimos e descobrir meios de melhor destinação à Vila de Belterra. Isso foi feito, e na primeira reunião que aconteceu no Ginásio Santo Antonio, estavam presentes: Dr. Virgílio Viana Dra. Lilian, Chardival Pantoja, Sr. João Rocha, Sr. Gualberto (Dandão-falecido), Sr. Jorge Chagas, Sr. José Carlos (empresário), Sr. Diogo Franco, professoras Maria Lira, Creusa Reis, Conceição Melo, Sr. Domingos dos Anjos (tabelião), Irmã Maria Inês.

Entre as diversas opções apresentadas e apreciadas pelo grupo obteve consenso a ideia de emancipação. E então o grupo foi dividido em dois segmentos: um para estudar a viabilidade jurídica e outro para proceder a divulgação da ideia e articulação política. Neste caso, ficou acertado que o grupo de divulgação constaria dos seguintes nomes: Sr. Virgílio Viana, Lilian, Diogo, Chardival, Jorge Chagas, José Carlos, João Gualberto. Na oportunidade criou-se o jornal “O Momento”, com a finalidade precípua de comunicação sobre o nosso movimento de independência. 

Também ficou determinado que o Sr. Domingos dos Anjos seria o articulador politico do movimento, por ter ele um bom relacionamento com o então Deputado Estadual Oti Santos, a quem caberia orientar os procedimentos e apresentar na Assembleia do Estado o processo pleiteando a vontade popular de Belterra.

Prevendo as possíveis mudanças que viriam, os seringueiros arrendatários iniciaram também um movimento através da Cooperativa Mista dos Seringueiros do Tapajós Ltda – COMSETAL, tentando junto ao Ministério da Agricultura o reconhecimento dos Direitos Trabalhistas a que julgavam ser justo. Este movimento levou à Brasília os senhores: Fernando Alves da Silva, então presidente da COMSETAL, Raimundo Alves (relojeiro), Arivaldo Queirós, presidente do Conselho Comunitário de Belterra, e Chardival Pantoja, do jornal “O Momento”. As passagens aéreas para Brasília foram cedidas pelos empresários Francisco Coimbra, Floriano Pastore, e o deputado Paulo Roberto Matos. O apoio logístico em Brasília coube ao Dr. Davi Paz Sarmento, Engenheiro Agrônomo, belterrense, radicado na capital federal. Esta equipe a qual se juntaram o Deputado Paulo Roberto e o empresário Floriano pastore, passou três dias em Brasília (31/08, 01 e 02/09 de 1987) discutindo além das questões dos seringueiros, também outras questões com o Ministério Interino da Agricultura Senador Lázaro Barbosa, o qual após nos ouvir e sentir nossas preocupações declarou-se ser de interesse do Ministério emancipar as Bases Físicas de M.A. de Belterra e Fordlândia. Orientou-nos o Ministro, para que apresentássemos nossas reivindicações acompanhadas do apoio de um representante da Câmara municipal de Santarém e um Deputado de Assembleia Estadual, sugestão que nos ocorreu lembrar do vereador Renato Sussuarana e o Dep. Oti Santos, respectivamente. Aliás, o deputado Oti já havia sido integrado ao movimento emancipatório quando iniciamos as reuniões de definição do caso.

O Presidente do Conselho Comunitário de Belterra, Arivaldo Queirós, omitiu-se, não tomou nenhuma iniciativa a respeito do caso tratado em Brasília e o movimento patinou durante o ano de 1988.

Mesmo assim, alguns colegas do grupo insistiram na articulação política, pois a essa altura já tínhamos a consciência de que este seria o único caminho viável às nossas pretensões.

Em 1989, o Deputado Oti Santos, através do Projeto de Lei Nº 106/89, apresentou o processo que objetivava a emancipação de Belterra, mas por se achar em final de mandato e não ter sido reeleito, o processo sofreu arquivamento, após ter percorrido várias instâncias legais.

Nesse intervalo de três anos do arquivamento do processo, diversas pessoas ligadas ao movimento foram para outras cidades, o grupo se desintegrou, o Jornal saiu de circulação e parecia estarmos fadados a amargar uma grande derrota. Mas a disposição do deputado Wandenkolk foi marcante e incentivou-nos a formar um novo grupo, que foi denominado Comitê Pró-Emancipação de Belterra, o qual teve como presidente o Sr. Chardival Pantoja, e que recebeu o grande apoio do Deputado Wilmar Freire. O Comitê, além das articulações junto aos políticos da área, também se encarregou de divulgar diretamente, em todas as comunidades envolvidas, a importância da emancipação e os benefícios que iriamos obter ao gerirmos nossos destinos. As reuniões eram constantes e o Comitê ainda tomou a iniciativa de fazer uma completa divulgação do movimento através da imprensa falada, escrita e televisionada de Santarém, onde as entrevistas foram marcantes. Wilmar Freire merece um lugar de honra no quadro dos que se dedicaram e lutaram em favor da nossa causa, impedindo a abstração do andamento do processo feito por alguns deputados da época como o Sr. Benedito Guimarães e Geraldo Pastana.

No inicio dos anos 90, o prefeito Rui Corrêa ensaiou um projeto ao Ministério da Agricultura, que previa um recurso de 12 milhões de dólares, condições exigidas para atrelar Belterra ao Município de Santarém. A imprensa propagou a noticia e voltou a inquietar os brios dos belterrenses.

Criamos um abaixo-assinado com assinaturas de 165 eleitores e, em Belém, contamos com a amizade do Dr. Henrique Pimentel, o que articulou com o Deputado Wandenkolk Gonçalves para que o processo de emancipação que havia sido arquivado fosse desentranhado e autorizado a prosseguir nos caminhos cabíveis. O desarquivamento do processo foi apresentado ao Deputado Wandenkolk no dia 14/10/1991.

após nossas investidas através da mídia em Santarém, o prefeito Rui Corrêa marcou para um domingo, na sede do União, uma reunião entre ele, seus secretários e assessores e a comunidade de Belterra liderada pelo COMITÊ DE EMANCIPAÇÃO.

A reação do povo belterrense foi espetacular, motivadora e convincente. Parece que o prefeito desistiu do seu sonho, pois logo após, o Diário do Estado do Pará publicou no caderno 3, página 4, de uma segunda-feira 26 de junho de 1995, a resolução nº 523, do Tribunal Regional Eleitoral, a realização do plebiscito na área de Belterra para elevação à categoria de município, que aconteceu no dia 06/08/1995.

Por gratidão inscrevemos os nomes dos que merecem registro em nossa história. Deputado Nicías Ribeiro, incansável no sentido de convencer o governado Almir Gabriel que a emancipação seria melhor decisão a tomar, pois vinha ao encontro do sonho e do clamor da nossa gente e de sua autodeterminação. Ele fez questão de acompanhar a juíza responsável pela realização do plebiscito; Sra. Edith Pantoja, a quem se deve lisura do escrutínio e a histórica aclamação do resultado: “BELTERRA É O MAIS NOVO MUNICÍPIO DO ESTADO DO PARÁ DECIDIDO PELA VONTADE DO SEU POVO”.

O governador do estado, Dr. Almir Gabriel, aos vinte e oito dias de dezembro de 1995, sancionou a Lei Nº 5.928, presenteando o povo belterrense com a elevação da Vila das Seringueiras à categoria de Cidade, Belterra passou a ser independente do município de Santarém tendo uma lei municipal e símbolos municipais:Hino,brasão e bandeira.No ano seguinte ocorreu o primeiro pleito municipal e o primeiro prefeito Eleito foi Oti Santos.


FORMAÇÃO DO COMITÊ PRÓ-EMANCIPAÇÃO DE BELTERRA 


1. Chardival Moura Pantoja

2. João Moura Pantoja

3. Domingos dos Anjos

4. João Rocha

5. Pedro Emiliano

6. Edinaldo Nogueira (Est.8)

7. Professora Graça Maia (Est.8)

8. Gerson Oliveira (Vila 129)

9. Raimundo Almeida (Vila 129)

10. Francisca Evone (Est. 10)

11. Francisco Solano ( Pindobal)

12. Prof. Creusa Reis

13. Prof. Carmem Graça

14. Prof. Ruth Moreira

15. Osmar Pimentel

16. Prof. Josefa Borges

17. Prof. Maria de Lira

18. Frei Fabiano (Pároco de Belterra – Ig. Católica)

19. Raimundo Nonato da Silva (Chefe do Sist. de Água) N Memoria

20. Prof. Conceição Melo


Bibliografia: Relato escrito por Chardival Moura Pantoja.Pesquisa de campo realizada em 2019,por historiadora Telminha Lopes.#Professoratelmalopes.

....

"Nossos conteúdos  possuem registros   para a proteção dos direitos autorais .Preserve os direitos da autora.Plagio é crime!


quinta-feira, 10 de agosto de 2023

O TÚNEL EM BELTERRA, LENDA OU REALMENTE EXISTIU?

imagem ilustrativa.

 Curiosidades históricas sobre Belterra:


                         O TÚNEL


Segundo relatos históricos de moradores mais antigos, na época  em que Belterra foi administrada  pela companhia Ford Indústrial do Brasil existia um túnel que iniciava em new port(Porto novo) e finalizava na Vila  Americana próximo  do local onde era o hospital Henry Ford.

Muitos dizem que os norte americanos levaram ouro  em caixões  e pedaços de madeira,e  a saída do minério  ocorria pelo túnel até Porto novo,outros dizem que era uma rota de fuga, caso ocorresse uma rebelião  de trabalhadores como ocorreu o "quebra panela" em Fordlândia  os norte americanos utilizariam o Túnel para fugir,também existem relatos que era um esgoto.

Com base em pesquisas bibliográficas é  possível concluir que o contrato de posse de concessão do Goverador do estado do Pará(Na época Dionísio Bentes) com a Companhia Ford concedeu a companhia o direito de explorar solo e sub solo, isso mostra que se o Henry Ford quisesse explorar ouro na concessão  era permitido.Portanto não temos comprovações de que a companhia Ford explorou ouro na era Ford em Belterra. 

RELATOS DE MORADORES:


O túnel existe,e tem uma saída no campo de aviação "relatou  a senhora Neuza Chagas".

"O túnel existe,vi a entrada do túnel quando eu era criança".Relatou o belterrense professor mestre em língua Portuguesa Leandro Borges.

" O túnel nunca existiu,portanto os norte americanos  eram bem organizados eles fizeram um esgoto bem estruturado na Vila Americana".Afirmou o senhor Chardival Moura Pantoja filho de seringueiro, funcionário aposentado do Ministério da agricultura. 

"São histórias fantasiosas é mito,eu sou filho de Nordestino meu pai chegou aqui durante a segunda guerra mundial atraído pelas oportunidades oferecidas, o túnel nunca existiu! concluiu o senhor Raimundo Bezerra.

"O túnel existe porém nunca foi utilizado porque não aconteceu rebelião de trabalhadores aqui em Belterra.A saída é no campo de pouso e outra é no porto novo A entrada é na vila Americana.Quando eu era criança  eu vi,alguns moradores estavam cobrando para fazer uma construção e encontraram pareides de uma construção subterrânea feitas de bloco."relatou o senhor Roberto Serrão".


Pesquisa realizada por Historiadora Telminha Lopes. 

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

Contrato de concessão do Estado do Pará com a Companhia Ford.

ENTREVISTADOS:

Senhora Neuza Chagas.

Roberto Serrão .

Mestre Leandro Borges .

Chardival Moura Pantoja.

Raimundo Bezerra (TICA). 


IMAGEM:Internet

(imagem ilustrativa)



sexta-feira, 14 de julho de 2023

GINCANA CULTURAL DE BELTERRA

 


ORIGEM:

O evento é um patrimônio imaterial da cultura Belterrense.Tudo começou em 1995, como uma brincadeira de férias idealizada por Lígia Mônica(belterrense,comunicadora e cantora) e André Cavalcanti. 

A Belterrense participava de uma gincana que ocorria em Santarém,e idelizou a realização do evento em Belterra .Juntamente com André Cavalcante colocaram o projeto em prática.

A primeira Gincana de Belterra aconteceu na sede social do União Esporte Clube denominada "Gincana de Férias" com as equipes UNIBEL (torcida do UEC) e BELT (torcida do ABC).O evento Cultural tinha como objetivo proporcionar,diversão,entretenimento e alegria para os jovens belterrenses que estavam de férias das atividades escolares e para os visitantes que estavam em Belterra por ocasião das férias.No ano 1996  foram formadas três equipes para a segunda edição do evento: Hutererê,Equipe Raça, e os Piratas. 

Assim nasceu o grande patrimônio imaterial da Cultura de Belterra "A Gincana Cultural".


*RELATOS HISTÓRICOS:

DATA DE FORMAÇÃO  DAS  EQUIPES:

Em 03 de janeiro de 1996, ocorreu a formação da Equipe Hutererê. 

05 de janeiro de 1996, ocorreu a Formação da Equipe Raça. 

08 de janeiro de 1996,ocorreu a Formação da Equipe Os Piratas.


EQUIPES/ CORES E SIGNIFICADOS:


HUTERERÊ - Alegria! Possuia um coringa como símbolo da diversão, distração e vitória,nas cores verde e branco.


EQUIPE RAÇA - Representando a força e a união de um povo, tendo como mascote um halterofilista,nas cores azul e branco.


OS PIRATAS - Grupo livre,  aventureiro e ousado com o símbolo de uma caveira (perigo constante para a concorrência),nas cores preto, vermelho e branco.


PRIMEIRAS LIDERANÇAS DAS EQUIPES:


 *HUTERERÊ:Giovanna da Paz coelho, Emanuel Jorge Silva , Maria José da Silva Pereira (Zeza)  e Raimundo dos Santos Pereira.


*EQUIPE RAÇA :Maria de Lira Pedroso, Cristiana Carvalho serrão, Rocilda Caetano, Elizabeth Chagas,Joséfa Araújo Borges(in memorian), Maria Madalena Farias , Nilson Gomes Torres, Marijane Castro, Cíntia Érida Pereira dos Reis, Raimundo Messias Mourão,Sérgio Luís Pedroso Corrêa .


* OS PIRATAS: Dermey Santana de Oliveira, Ulisses José Medeiros Alves, Laudenilson Silva de Sousa, José Ricardo Silva Alves ,Ramisson Odenis Silva de Santos e Richardson Silva de Santos .

No ano de 1997  a gincana começou a ganhar espaço no calendário cultural de Belterra, com a participação das Equipe Raça, Huterêrê e os Piratas.

A última edição do evento foi realizada no ano de 2014.

 

ATUALIDADES :


Atualmente a Gincana Cultural de Belterra é uma realização da Prefeitura Municipal de Belterra e conta com a participação exclusiva das Associações ACEDESPI - EQUIPE OS PIRATAS e ASBELCEER - EQUIPE RAÇA.

A 18° edição da Gincana Cultural tem como tema: "Belterra, Cidade Americana no Coração da Amazônia".A disputas será entre as equipes: RAÇA e OS PIRATAS e ocorrerá nos dias 14 e 15 do mês de julho.

O evento tem como ideal incentivar o resgate histórico e cultural, e estimular a criatividade da população belterrense. A Gincana Cultural é maior manifestação cultural do município.


Pesquisa:Historiadora Telminha Lopes-Professora Telma#

Referências:Belterra a  sua História _Oti Santos.

Live da Mônica De Almeida .#

página Prefeitura de  Belterra .#

Imagens:Filme de @Cristiano Santa cruz

quinta-feira, 18 de maio de 2023

VILA AMERICANA/VILA MENSALISTA/VILA OPERÁRIA/VILA TIMBÓ/VILA 129 (BODE)/VILA PIQUIA/VILA VIVEIRO I,II,III.



VILA AMERICANA/ VILA MENSALISTA/ VILA OPERÁRIA/ VILA TIMBÓ/ VILA 129 (BODE)/VILA PIQUIA/ VILA VIVEIRO I,IIe III.

VILA AMERICANA

A Vila Americana foi construída em 1934 na época em que a COMPANHIA FORD chegou a Belterra,foi a primeira a ser construída, possuia um conjunto de casas onde viviam os americanos que coordenavam o projeto.  É um complexo de oito casas que foram construídas especialmente para os norte americanos e para algumas outras pessoas que faziam parte do alto escalão da Companhia Ford. Eles tinham uma vida  totalmente separada (restrita), eles só tinham contatos com os nacionais (os brasileiros)   no momento de labor (o trabalho), então era uma vida totalmente particular nesse aglomerado de cerca de oito casas incluindo o prédio administrativo onde funcionava o escritório da Companhia, onde continua sendo o prédio administrativo da prefeitura de Belterra, no local também funcionou o escritório do IAN Instituto Agronômico do Norte , órgão do governo Federal que assumiu o empreendimento em Belterra pós Companhia Ford . Essa vila era ocupada, pela parte nobre da cidade, e composta por:

CLUBE HOUSE: Frequentada pela classe alta, servia para o lazer dos americanos, onde assistiam cinema, faziam festas, comemorações em datas especiais e jogavam ping-pong e outros jogos de salão. Atualmente funciona a CÂMARA MUNICIPAL DE BELTERRA. 

CASA 1: Foi feita para receber HENRY FORD quando viesse a Belterra, porém ele nunca veio a Belterra,ele tinha medo das doenças tropicais e quando estava planejando a visita a Belterra ocorreu o falecimento de Edsel Ford, o único filho de Henry Ford.

CASA 2: Na era Ford foi ocupada por alguns dos administradores da Companhia Ford,hospedou Getúlio  Vargas  presidente do Brasil na época,  quando veio a Belterra em 10 de outubro de 1940, visitar as plantações de Ford.No período pós companhia Ford a passou a ser moradia do senhor CHAGAS "in memorian" administrador de Belterra. Atualmente  pertence a família da professora Laura Chagas .

CASA 3: Era ocupada por alguns dos administradores da Companhia Ford.( desativada) 

CASA 4: Era ocupada por alguns dos administradores da Companhia Ford.(extinta)

HOSPEDAGEM DOS NORTE AMERICANOS SOLTEIROS : utilizado para hospedar os norte americanos solteiros.

HOTEL: No local  se hospedavam os funcionários do alto escalão, vindos do exterior.

CASA DOS MÉDICOS: Nela moravam os médicos vindos boa parte dos Estados Unidos. Hoje funciona no local o CENTRO DE MEMÓRIA DE BELTERRA.

ESCRITÓRIO DA COMPANHIA FORD: No local funcionava a administração da Companhia, onde eram feitos documentos, pagamentos, e contratos. Hoje no mesmo prédio funciona a prefeitura municipal de Belterra.
VILA MENSALISTA: complexo de 16 casas, nelas moravam os trabalhadores com cargos de chefia, principalmente em atividades de administração; outros que trabalhavam no hospital, como os farmacêuticos; e os russos que faziam o trabalho de autópsias, ou seja, os trabalhadores mais especializados. E recebiam o salário  por mês. 

OPERÁRIA: Nela  moravam trabalhadores com alguma especialização, como mecânicos, marceneiros, carpinteiros, torneiros e tratoristas
VILA TIMBÓ: Nela moravam os funcionários do hospital. 
VILA VIVEIROS I, II e III: moravam os trabalhadores que cuidavam das mudas de seringueiras.
VILA 129:moravam os trabalhadores que desenvolviam atividades braçais no projeto. 

VILA PIQUIA: moravam os seringueiros e campeiros.

Curiosidade Histórica:
De acordo com o Relatório de Archibald Dhonston em Belterra existia um plantio de timbó,da raiz do timbó era extraído  uma substância chamada "Retenona"utilizada como inseticida para pulverizar as mudas de seringueiras. 
Pesquisa de campo realizada por Historiadora  Telminha  Lopes com base em relatos de moradores  Belterrenses e análise da  arquitetura deixada pela CFIB em Belterra.
Entrevistados:
Chardival Moura Pantoja
Pedro Emiliano
Nelson Borges

Fontes Bibliograficas:
PEREIRA,José Carlos Matos . Amazônia. A fala do desenvolvimento  é os modos de vida na cidade.1 edição. Rio de janeiro. 

Pesquisa de campo realizada por Historiadora  Telminha  Lopes com base em relatos de moradores  Belterrenses e análise da  arquitetura deixada pela CFIB em Belterra.

imagens:

**@Belterravistadecima_Odenildo Brito.

**acervo pessoal da Historiadora Telminha.

 VILA AMERICANA

 


CLUBE HOUSE: 





CASA 1: 



CASA 2: 




CASA 3: 




CASA 4: 


HOSPEDAGEM DOS NORTE AMERICANOS SOLTEIROS : 


Hotel: 


CASA DOS MÉDICOS:


ESCRITÓRIO DA COMPANHIA FORD: 


Vila Mensalista:



Operária:  





 Na Vila Timbó






Na Vila Viveiros I , II e III:  

Na Vila 129:

Vila Piquia: .





Pesquisa de campo realizada por Historiadora  Telminha  Lopes com base em relatos de moradores  Belterrenses e análise da  arquitetura deixada pela CFIB em Belterra.



imagens:

**@Belterravistadecima_Odenildo Brito.





quarta-feira, 17 de maio de 2023

UBL(USINA DE BENEFICIAMENTO DE LÁTEX EM BELTERRA.

 UBL (USINA DE BENEFICIAMENTO DE LÁTEX). Funcionou no local onde funciona o CRAS atualmente.Nesse local era feito o beneficiamento da borracha.O látex natural era extraído da seringueira e depois de 3 a 4 horas de sangria era feita a sua coleta: o látex era retirado das canecas e colocado em um recipiente, no momento da coleta era adicionado o anticoagulante (Amônia  ou santo bryt) para que o látex permanecesse em estado líquido. Após o procedimento o látex era levado para a UBL, ao chegar possuía uma concentração aproximada de 30% a 35% de borracha, onde após seu beneficiamento em centrífugas passava a ter uma concentração de 60% de borracha, 38% de água é 2% de outros. O látex centrifugado precisava ter 60% de concentração de borracha, assim tornava-se um material com excelente propriedade vulcanizante, alta resistência e alta elasticidade. 

Em uma conversa  com CHARDIVAL MOURA PANTOJA.( Nascido e criado em Belterra, foi funcionário do Ministério da Agricultura e atuou na Usina de beneficiamento de látex).

Chardival contou: “Trabalhei na UBL (Usina de Beneficiamento de Látex) no período em que Belterra foi administrada pelo ministério da agricultura, iniciei minhas atividades no ano de 1957 lembro que as máquinas eram pesadas, eram 4 máquinas onde era feito o beneficiamento de látex , o leite de seringa era batido nas máquinas, após esse procedimento era levado para o laboratório para detectar se tinha 60 % de teor de borracha ".

Segundo os relatos de Chardival, somente após ser feita a análise do látex e comprovado os 60% de borracha, poderia ser embalado e levado para o mercado externo. Portanto se não fosse comprovado os 60% de borracha o látex não podia ser vendido e voltava novamente para UBL onde era refeito o procedimento.

Pesquisa realizada no ano de 2020 por: Historiadora Telminha  ( Professora Telma Lopes).

Entrevistado:Senhor Chardival Moura Pantoja.

Imagens:

*Acervo da Historiadora Telminha Lopes

*@Belterra vista de cima-OdenildoBrito



CAIXA D'AGUA:SÍMBOLO DA PRESENÇA NORTE AMERICANA EM BELTERRA.

 Caixa d'água: símbolo da presença  norte- americana em Belterra.

As caixas d água tinham grande importância no combate aos incendios nas plantações de seringueiras que haviam em Belterra no período Ford  (1934 a1945), no alto da caixa d'água ficava um fiscal observando todas as quadras de seringueira,quando avistava algum incêndio, ele avisava onde era o incendio através  da potente sirene,a sirene era acionada 2 vezes.

A sirente  é  conhecida como "apito da caixa d'água," também  era utilizada para avisar os trabalhadores sobre a hora de entrada e saída no trabalho.

Em Belterra existem duas  caixa d’água instaladas pela Companhia Ford . 

Atualmente as caixas d'água  são  pontos de visitação turística, e ainda são utilizadas para o abastecimento de água. A caixa d' água instalada na estrada um  possui uma potente  sirene. 

O som que servia para marcar o expediente dos trabalhadores nos seringais soa até hoje: indica os horários às 6h, hora de acordar; às 7h, para começar o trabalho; às 11h, uma pausa para o almoço; às 13h, o fim do intervalo; e depois  16h e 30,avisando o  final do expediente. 


CURIOSIDADES:


*Somente a caixa d'água  localizada na estrada um possui sirene.

*Na época  da administração  da Companhia Ford somente a caixa d'água localizada na estrada um possuia sirene.

*Quando ocorre o falecimento  de Belterrenses nativos ou reconhecidos com filho da terra pelos serviços  prestados,a sirene é  acionada na hora do sepultamento,marcando a partida eterna dos filhos desta Bela terra.


Referências:

*Pesquisa realizada no ano 2020 por Historiadora Telminha(Professora Telma Pereira Lopes).

Entrevistado: Chardival Moura Pantoja.

imagens:acervo da Telminha Lopes.


*página @belterravistadecima de Odenildo Brito.












OS HIDRANTES EM BELTERRA.

 OS HIDRANTES.






Hidrante é um equipamento de segurança usado como fonte de água para combater incêndios. Em Belterra na época da Administração da companhia Ford os hidrantes eram usados para auxiliar os bombeiros no combate de incêndios, foram instalados 10 hidrantes,são pintados na cor vermelho e colocados em lugares estratégicos:

* Um na vila americana enfrente ao extinto hospital Henry Ford (hoje local onde fica localizado o MUCA).

*Um na vila america em frente ao club house( hoje Câmara de vereadores).

* Um na vila Americana em frente ao bosque das seringueiras.

*um na estrada um, em frente ao cercado.

*Um na vila mensalista em frente a uma casa da Vila americana.

*Um na estrada um ,canto com a vila operária.

*Um na estrada um, um enfrente a caixa d'água.

*Um em frente a antiga serraria.

**Dois dentro do cercado. 

Pesquisa de campo realizada por:Historiadora Telminha (Professora Telma Lopes) _2019.

Fotos: imagens da Internet.

ACAMPAMENTO CONSTRUIDO EM SAMAÚMA(ATUAL PORTO NOVO),PRIMEIRO PORTO DA COMPANHIA FORD EM BELTERRA.

ACAMPAMENTO/SAMAÚMA. 






Em  1934 a  CFIB Companhia  Ford Industrial do Brasil começou a  ter acesso a  nova concessão, hoje Cidade de BELTERRA.Esse acesso era feito através  da comunidade Samaúma situada a foz do igarapé
Samaúma, na margem direita do Rio Tapajós .Nesse local a companhia implantou um atracadouro e deu-lhe o nome de PORTO NOVO.Um pouco afastado da margem do rio,a beira do Igarapé samauma, foi instalado o canteiro de obras (escritório, posto de saúde, cantina,alojamentos de palha e madeira regional eram construídos de acordo com o número de pessoas  que chegavam em Porto  Novo,a maioria eram trabalhadores que vinham transferidos de Fordlandia.)Esse canteiro de obras passou a ser conhecido como "ACAMPAMENTO" .No mesmo local, anos mais tarde, a companhia implantou a estação de captação de água para atender as 8 quadras e finalmente a toda a cidade, na época .

Pesquisa:Historiadora TELMINHA LOPES.

Referências bibliográficas:Relatório de Archibald  Johnston.

terça-feira, 16 de maio de 2023

HOSPITAL HENRY FORD





 HOSPITAL HENRY FORD



A Companhia Ford construiu em Belterra o hospital HENRY FORD na década de 1930, Os moradores mais antigos relatam que era o hospital mais equipado da região. Segundo o relatório de Archibald Dhonston a necessidade da companhia Ford investir em saúde se deu por causa da quantidade de trabalhadores nas plantações e da distância até ao centro urbano mais próximo (Santarém). Sabemos que quem vive na floresta convive com muitos insetos e animais peçonhentos comuns na Amazônia. Diante do cenário a saúde dos trabalhadores da Companhia Ford estava mais vulnerável, portanto fez-se necessário a construção de um hospital. O Hospital ficava localizado na Vila Americana, seguindo o mesmo estilo das casas construídas no estilo norte americano. Os médicos eram de diversos países, como França, Holanda e também brasileiros, no hospital eram atendidos pacientes de vários lugares do Brasil, É importante ressaltar que os procedimentos cirúrgicos realizados eram dos mais simples aos mais modernos. O hospital fez parte da história de muitos belterrenses e de muitas pessoas da região.

Infelizmente esse patrimônio histórico foi dizimado por um incêndio no ano de 2005. No local onde era o hospital funciona a secretaria de saúde e esta sendo construído o Museu Histórico da cidade. 


Historiadora Telminha Lopes(Telma lopes)


Referencias bibliográficas: Ford plantation relatório de Archibald Dhonston.

Fotos:Arquivos  do Senhor P.Silva 

Cyte som

  HISTÓRIA DO CYTE                                                                                                       Belterra na década ...